Fruticultura

Está aberta oficialmente a colheita do pêssego em Pelotas e região

Expectativa se mantém de quebra de 41% por causa do clima e produção de 36 mil toneladas na região

Foto: Jô Folha - DP - Além do pêssego, produtor cultiva uvas e produz sucos e vinhos

Após sofrerem com os efeitos do clima desfavorável, desde as geadas no período de floração, chuvas intensas e baixas temperaturas na frutificação e desenvolvimento dos frutos, os produtores começam a colher em maior volume a safra de pêssego 2023/2024. O evento de abertura oficial da colheita foi realizado, na tarde de quinta-feira (23), no pomar do produtor Moisés Teixeira, na Colônia Maciel, Rincão da Cruz, 8º distrito.

De acordo com o extensionista da Emater Pelotas, o engenheiro agrônomo Rodrigo Prestes, em muitos pomares os efeitos destas condições desfavoráveis são sentidos agora, com o aparecimento de doenças fúngicas e pragas, cabendo à pesquisa e à extensão auxiliar os produtores no manejo destes pomares para evitar perdas ainda maiores. “Continuamos trabalhando com uma perda de 41% e iremos avaliar no decorrer da safra além de auxiliar os produtores, no caso de aparecimento de doenças e pragas, as melhores formas de manejo”, diz.

Segundo o agrônomo, a expectativa é de uma colheita em torno de 36 mil toneladas na região. As indústrias começaram a receber as frutas e definiram o preço de recebimento do quilo em R$ 2,30 para tipo 1 e R$ 2,05 a tipo 2.
Na propriedade do produtor Moisés Teixeira, a família optou pela diversificação, apostando além do pêssego, no cultivo da uva e agroindústria para produção de vinhos e sucos, a Vinhos Potenza, regularizada em março deste ano. “No ano passado, foi registrada frustração na cultura da uva e o pêssego compensou”, diz Prestes, enfatizando a importância do produtor não ficar restrito a apenas uma cultura.

O agrônomo também destaca a tecnologia do pomar, que está em seu terceiro ano e além de muito bem implantado, adotou uma nova cultivar, a BRS Jaspe, lançada recentemente pela Embrapa, e que se apresenta como alternativa à cultivar Granada, uma variedade importante na região e que apresentou frustração de produção nesta safra. “Mesmo com as adversidades climáticas ele ainda deverá colher frutas de qualidade”, diz.

Segundo Teixeira, a produção deverá ser 30% menor do que o ano passado e deve chegar a 240 toneladas. A destinação das frutas na sua maioria são para a indústria e uma parcela menor para consumo in natura. “Nas variedades precoces como Bonão e Citrini perdemos quase tudo e colhemos apenas 10%, em torno de 20 toneladas”, ressalta.
A colheita na propriedade, que utiliza basicamente mão de obra familiar teve início em 3 de novembro e deve se estender até meados de janeiro. Para garantir um período mais longo de colheita, são utilizadas cultivares variadas como Sensação, Granada, Jaspe, Esmeralda, Jade, Maciel, Jubileu e Eldorado.

“Este é um evento para comemorar o início da safra e mostrar a importância da fruta para a nossa região, que tem mais de 600 famílias envolvidas”, diz o chefe do escritório da Emater Pelotas, Francisco Arruda. Segundo ele, a Emater e seus técnicos procuram estar sempre junto aos produtores, tanto nos momentos bons quanto nos ruins.

Festa ocorre no domingo

No domingo (26), ocorre a Festa Municipal do Pêssego 2023, na Comunidade São Pedro, também na Vila Nova, 7º distrito de Pelotas, com abertura às 10h. A Festa é um dos pontos altos da safra e antecede a realização da 10ª Quinzena do Pêssego, que neste ano ocorre de 1º a 15 de dezembro, com diversas atividades.

No dia 1º de dezembro, às 11h, no Largo Edmar Fetter (Mercado Central), além da abertura da 10ª Quinzena será dado início à Feira Municipal do Pêssego, que contará com bancas no centro e bairros para comercialização da fruta in natura e derivados, diretamente do produtor ao consumidor.

Produção de pêssego na Zona Sul

Segundo o Censo Frutícola 2023 realizado pela Emater Regional, a Zona Sul possui 4.874 hectares de pêssego indústria em 948 unidades produtivas e 453,2 hectares de mesa em 115 propriedades. Em Pelotas, são 2.835 hectares tipo indústria em 615 unidades produtivas e 425 hectares de mesa em 110 propriedades.

Além de Pelotas, outros seis municípios (Arroio do Padre, Canguçu, Cerrito, Jaguarão, Morro Redondo e Piratini) cultivam a fruta à indústria e três (Jaguarão, Santana da Boa Vista e São Lourenço do Sul) se dedicam às variedades de mesa. O potencial de produção é de 11,572 toneladas por hectare para indústria e 11,856 toneladas por hectare para mesa.

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